VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES


Como saber se um aluno é vítima de maus tratos? O que faço para garantir sua integridade física e emocional?
Esse problema, infelizmente, é muito comum em escolas públicas e particulares. Na maioria das vezes, o agressor é alguém da família. "A criança precisa aprender com palavras e atitudes de compreensão, não com tapas e humilhações", diz Maria Amélia Azevedo, coordenadora do Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo. Mas existem outras formas de violência. A psicológica envolve ameaças e humilhações. A falta de carinho, de higiene e até de alimentação adequada também deve ser denunciada. E a pior de todas é o abuso sexual, que deixa marcas para toda a vida.

Como agir?
O Estatuto da Criança do Adolescente prevê que os profissionais que lidam com crianças e jovens devem comunicar às autoridades a suspeita ou a confirmação de maus tratos. Quem se cala comete o crime de omissão. Portanto:
Seja muito cauteloso e divida o problema apenas com a coordenação da escola ou um psicopedagogo.
Jamais pergunte à criança se ela apanha em casa ou se alguém está abusando dela. E não questione a família, apenas observe como se dá a relação do filho com os pais.
Comunique a suspeita ao Conselho Tutelar de sua região. Em caso de abuso sexual, ligue para 0800-99-0500. A denúncia pode ser anônima.
Fale sobre direitos humanos com seus alunos e explique que tapas, puxões de orelha e xingamentos são, sim, formas de violência.

Como identificar?
A criança maltratada fisicamente apresenta: manchas roxas pelo corpo. Desconfie de manchas nos olhos, na boca, nas nádegas, nos órgãos genitais ou no peito; queimaduras no rosto, nos braços, nas mãos, nas nádegas, nas plantas dos pés. Elas podem ser causadas por cigarro, água ou óleo fervente; vergões nos braços, pés e tórax, indício de que a criança pode ter sido amarrada; feridas na boca, nos lábios e nos olhos e ainda o desenho característico de uma dentada de adulto na pele.
A criança que sofre violência emocional pode: ter problemas para brincar com os colegas; ter medos exagerados; sentir-se muito triste; afastar-se das pessoas; apresentar atitudes autodestrutivas; apresentar baixo rendimento escolar.

Quer saber mais?
No site http://www.abrapia.org.br/ você encontra o texto completo do Estatuto da Criança e do Adolescente e pode fazer denúncias on-line.
No endereço eletrônico do Laboratório de Estudos da Criança, da USP, www.usp.br/ip/laboratorios/lacri, é possível comprar o livro Violência Psicológica Doméstica: Vozes da Juventude, de Maria Amélia Azevedo e Viviane Guerra, e outros sobre o tema.

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