A CULTURA DO PENSAMENTO DÉBIL
Por: Jorge Schemes
A sociedade está com uma viseira para não pensar grande. Pensar é difícil, é trabalhoso, é comprometedor, por isso as pessoas têm um pensamento fraco, imediatista,um pensamento do presentismo. O pensamento não vai para o futuro, só para o momento presente. Falta pensar longe, em todas as dimensões (passado, presente e futuro). As pessoas não querem se comprometer com o pensamento crítico. Vivemos numa cultura do “não-pensar”. Elas não pensam no passado, no presente e muito menos no futuro. Os jovens que têm vida sexual ativa não pensam antes, durante e depois, nas causas, no significado do que estão fazendo e nas possíveis conseqüências. A destruição da natureza pela sociedade industrial- capitalista é outro exemplo, a filosofia neoliberal não pensa além da produção e do consumo. O desenvolvimento sustentável é uma alternativa não pensada pela maioria dos governos. Vivemos numa cultura do pensamento débil. As crianças e jovens são educados para repetir e não para pensar por si mesmos, precisam urgentemente desenvolver um pensamento crítico da realidade não se conformando com a situação socioeconômica do país e com muitas outras coisas. As religiões institucionalizaram-se, tornaram-se secularizadas para não mais lançar as perguntas cruciais para o pensamento mais elevado, ou seja: De onde vimos? Por que estamos aqui? Para onde vamos? As pessoas não gostam de pensar nestas questões porque elas exigem um pensamento forte, um pensamento analítico, profundo. A cultura do pensamento débil predomina na mídia, o povo só pensa em carnaval, futebol, cerveja...mas não é desafiado a pensar de forma profunda e ampla sobre a real condição do país, sobre os aspectos políticos, sociais, econômicos e culturais. O pensamento da grande maioria ainda está condicionado ao tamanho da tela do seu televisor. Não pensam além, no que está por detrás do que é veiculado na telinha, nos interesses reais que existem por detrás dos espetáculos televisivos. Mas essa condição pode mudar. Deve mudar. Por meio da educação é possível transformar essa cultura de pensamento débil ou cultura do não-pensamento, numa cultura pró-pensamento ou cultura do “pensamento crítico-analítico globalizado”. Esse pensamento holístico inclui todas as dimensões da realidade humana, envolve a educação dos aspectos biopsicosociais e espirituais (dos ser humano e da realidade). A sociedade precisa tirar a viseira e começar a pensar grande, pensar e agir para a grandeza da nação, do Estado, do município, das instituições sociais, da família e do indivíduo, pois pensar é libertador, renovador e transformador.
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