O TÓTEM PÓS-MODERNO
Por: Jorge Schemes
http://geocities.yahoo.com.br/edu_midia/edu_midia.html
A tevê é a grande mãe moderna. Ela é mais do que isso, é o Tótem pós-moderno. Tótens eram imagens esculpidas onde os povos primitivos colocavam suas oferendas. Hoje, esse ritual é realizado na frente da TV. A televisão como mãe substitui a função materna. Ela é a referência da criança pós-moderna e é bem vinda, pois a TV não briga e não controla, mas pode ser controlada, está sempre à disposição como lugar de refúgio para as crises e tristezas de crianças sem-colo. Há uma certa serenidade e passividade diante desta mãe eletrônica. Porém a tevê como objeto de veneração ou Tótem apresenta algumas exigências. A primeira é de identificação, ao apresentar a moda, os valores e as gírias que crianças e adolescentes gostam e desejam; a segunda é a exigência do sacrifício diante dela, como um bom Tótem pós-moderno exige tempo e compromissos; a terceira é a decisão, o movimento do poder da vontade que governa a natureza humana, decisão fundamentada no consumo e no capital ao apresentar as ofertas de produtos em comerciais e propagandas; a quarta é o compromisso religioso de “re-ligar” o eu com a própria tevê como Tótem; a quinta é a própria exigência e proibição, ao alterar atividades e rotinas fundamentais para um bom desenvolvimento biopsicosocial, afinal o Tótem exige de seus adoradores silêncio, entrega e comprometimento; a sexta exigência é a troca da família pela TV, afinal o Tótem também é considerado membro da família pós-moderna
Vejamos algumas implicações do Tótem pós-moderno. A tevê comprovadamente influencia aos poucos. As cenas de tomadas nos anos 60’ demoravam em média 15 segundos, hoje, demoram entre 3 a 4 segundos. A “informação” é apresentada rapidamente e de forma fragmentada, pois se fosse lenta teríamos mais facilidade de análise e crítica. Não se pode negar portanto que de fato há uma fundamentação ideológica nesse dinamismo. As propagandas apresentam o supérfluo como essencial. São elaboradas seguindo criteriosas técnicas de produção para prender a atenção dos telespectadores. A música é pensada cuidadosamente para mexer com as emoções e destronar a razão. O ambiente, os detalhes todos são estudados tendo como fundamento a psicologia moderna da comunicação. Os valores não são importantes, há uma exaltação da violência e uma banalização do sexo. Os contravalores, a desmoralização da família e o individualismo selvagem e nada solidário é incentivado e estimulado em suas mensagens.
A ênfase exagerada e muitas vezes distorcida em questões sexuais, as quais a criança e o adolescente ainda não estão prontos para analisar em profundidade, faz parte de sua programação diária. Ideologias são incutidas em mentes não pensantes, em mentes alienadas. Não é por acaso que a tevê é considerado por muitos comunicólogos como sendo um 4º poder. O que não ocorre de fato é um feedback entre o emissor e o receptor nesse processo. Contudo, a reação da sociedade, quando manifestada, pode inverter alguns aspectos no que diz respeito a qualidade da programação. Políticos, empresários (anunciantes) e emissoras de tevê podem ser questionados pela sociedade civil organizada em fóruns. O público pode boicotar aquilo que julga inadequado nas apresentações e programações. Esse boicote acompanhado de manifestos de repudia a má programação pode acabar democratizando as informações veiculadas na mídia televisa. Essa atitude pode até mesmo forçar o Governo a alterar a ordem de prioridades na lei de concessão, a qual preconiza os seguintes critérios: 1º) O nível da programação, ou seja, sua relevância cultural e educacional; 2º) Leilão, ou seja, quem paga mais, leva. Sendo assim, essa atitude crítica da sociedade pode dar mais relevância para os aspectos conteudistas do que para os aspectos financeiros.
Com relação ao papel da tevê como a grande mãe dos sem-colo, e seu papel como o Tótem de veneração cognitiva e afetiva da grande massa, vale lembrar que ela jamais poderá substituir a afetividade, o carinho e o amor demonstrados a essas crianças por seus pais ou responsáveis.
Jorge N. N. Schemes - E-mail: jorgeschemes@yahoo.com.br
Técnico pedagógico na GEECT - Gerência da Educação, Ciência e Tecnologia.
Professor de Filosofia da Educação na FEJ - Faculdade de Educação de Joinville.
Bacharel em Teologia Línguas Bíblicas - Grego e Hebraico.
Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Administração Escolar.
Pós-graduado em Interdisciplinaridade e Metodologia do Ensino Superior.
Pós-graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
Licenciado em Ciências da Religião pela FURB.
A tevê é a grande mãe moderna. Ela é mais do que isso, é o Tótem pós-moderno. Tótens eram imagens esculpidas onde os povos primitivos colocavam suas oferendas. Hoje, esse ritual é realizado na frente da TV. A televisão como mãe substitui a função materna. Ela é a referência da criança pós-moderna e é bem vinda, pois a TV não briga e não controla, mas pode ser controlada, está sempre à disposição como lugar de refúgio para as crises e tristezas de crianças sem-colo. Há uma certa serenidade e passividade diante desta mãe eletrônica. Porém a tevê como objeto de veneração ou Tótem apresenta algumas exigências. A primeira é de identificação, ao apresentar a moda, os valores e as gírias que crianças e adolescentes gostam e desejam; a segunda é a exigência do sacrifício diante dela, como um bom Tótem pós-moderno exige tempo e compromissos; a terceira é a decisão, o movimento do poder da vontade que governa a natureza humana, decisão fundamentada no consumo e no capital ao apresentar as ofertas de produtos em comerciais e propagandas; a quarta é o compromisso religioso de “re-ligar” o eu com a própria tevê como Tótem; a quinta é a própria exigência e proibição, ao alterar atividades e rotinas fundamentais para um bom desenvolvimento biopsicosocial, afinal o Tótem exige de seus adoradores silêncio, entrega e comprometimento; a sexta exigência é a troca da família pela TV, afinal o Tótem também é considerado membro da família pós-moderna
Vejamos algumas implicações do Tótem pós-moderno. A tevê comprovadamente influencia aos poucos. As cenas de tomadas nos anos 60’ demoravam em média 15 segundos, hoje, demoram entre 3 a 4 segundos. A “informação” é apresentada rapidamente e de forma fragmentada, pois se fosse lenta teríamos mais facilidade de análise e crítica. Não se pode negar portanto que de fato há uma fundamentação ideológica nesse dinamismo. As propagandas apresentam o supérfluo como essencial. São elaboradas seguindo criteriosas técnicas de produção para prender a atenção dos telespectadores. A música é pensada cuidadosamente para mexer com as emoções e destronar a razão. O ambiente, os detalhes todos são estudados tendo como fundamento a psicologia moderna da comunicação. Os valores não são importantes, há uma exaltação da violência e uma banalização do sexo. Os contravalores, a desmoralização da família e o individualismo selvagem e nada solidário é incentivado e estimulado em suas mensagens.
A ênfase exagerada e muitas vezes distorcida em questões sexuais, as quais a criança e o adolescente ainda não estão prontos para analisar em profundidade, faz parte de sua programação diária. Ideologias são incutidas em mentes não pensantes, em mentes alienadas. Não é por acaso que a tevê é considerado por muitos comunicólogos como sendo um 4º poder. O que não ocorre de fato é um feedback entre o emissor e o receptor nesse processo. Contudo, a reação da sociedade, quando manifestada, pode inverter alguns aspectos no que diz respeito a qualidade da programação. Políticos, empresários (anunciantes) e emissoras de tevê podem ser questionados pela sociedade civil organizada em fóruns. O público pode boicotar aquilo que julga inadequado nas apresentações e programações. Esse boicote acompanhado de manifestos de repudia a má programação pode acabar democratizando as informações veiculadas na mídia televisa. Essa atitude pode até mesmo forçar o Governo a alterar a ordem de prioridades na lei de concessão, a qual preconiza os seguintes critérios: 1º) O nível da programação, ou seja, sua relevância cultural e educacional; 2º) Leilão, ou seja, quem paga mais, leva. Sendo assim, essa atitude crítica da sociedade pode dar mais relevância para os aspectos conteudistas do que para os aspectos financeiros.
Com relação ao papel da tevê como a grande mãe dos sem-colo, e seu papel como o Tótem de veneração cognitiva e afetiva da grande massa, vale lembrar que ela jamais poderá substituir a afetividade, o carinho e o amor demonstrados a essas crianças por seus pais ou responsáveis.
Jorge N. N. Schemes - E-mail: jorgeschemes@yahoo.com.br
Técnico pedagógico na GEECT - Gerência da Educação, Ciência e Tecnologia.
Professor de Filosofia da Educação na FEJ - Faculdade de Educação de Joinville.
Bacharel em Teologia Línguas Bíblicas - Grego e Hebraico.
Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Administração Escolar.
Pós-graduado em Interdisciplinaridade e Metodologia do Ensino Superior.
Pós-graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
Licenciado em Ciências da Religião pela FURB.
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