INFÂNCIA E TELEVISÃO
Por: Jorge Schemes*
Quando pensamos na comunicação humana encontramos vários estudos de especialistas sobre o tema. Um deles diz respeito a capacidade da comunicação, ou seja: quando comunicamos, nossas palavras dizem 7% do que desejamos comunicar. Cerca de 38% é a forma como se diz e 55% é o corpo que fala. Considerando estas características da comunicação humana desejo analisar como essa linguagem visual está afetando as crianças por meio do hábito de assistir televisão. Segundo estatísticas da ONU no Brasil, aproximadamente 81% da população assiste a 3,9 horas por dia de tevê, em média. Isso significa que as crianças passam 50% da vida na frente da televisão. Porém, “essas infâncias” estão sendo interrompidas quando o assunto é sexo na tevê. Estatísticas nacionais comprovam que o número de mães adolescentes com o segundo filho aumentou. Em 1991 era de 20%, em 2001 aumentou para 40%. Devemos levar em consideração a linguagem corporal apresentada nos programas de tevê, pois o corpo fala. E que exemplos os programas estão transmitindo? Como está a responsabilidade ética e moral das emissoras?
Outro fator associado ao hábito de ver tevê é a obesidade e a depressão infantil endógena (física). A criança precisa fazer exercícios físicos. A atividade física combate e previne a obesidade e ainda produz endorfina e serotonina, hormônios antidepressivos. Todavia, crianças na frente da tevê, do computador e dos videogames não produzirão estas substâncias que são importantes para a saúde mental. Criança que brinca dificilmente terá depressão. Contudo, aquela que fica o tempo todo sem fazer nada, só na frente da tevê, do computador e do videogame, almoça e janta na frente da televisão (aquela criança que não incomoda) é candidata a ser depressiva porque essa é uma criança que não existe para os pais. Infelizmente esse é o contexto da sociedade pós-moderna, há falta de vínculo com os pais. Isso é um perigo mais tarde, pois na adolescência essa criança que foi esquecida na frente da tevê pode procurar outros vínculos, como as drogas, por exemplo. Segundo especialistas, o melhor remédio contra a depressão infantil endógena é a atividade física, pois supre a carência química. Assim sendo, como pais e educadores devemos priorizar mais as atividades de socialização do que o costume cômodo de entregar nossas crianças à tevê e a prática nefasta de transferir nossa responsabilidade no processo educacional para a televisão e sua linguagem visual.
*Jorge Schemes – Fone: 454-4040 / E-Mail: jorgeschemes@yahoo.com.br
Bacharel em Teologia / Licenciado em Pedagogia / Licenciado em Ciências da Religião / Pós-Graduado em Interdisciplinaridade / Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional / Técnico Pedagógico na GEECT / Professor de Filosofia da Educação na ACE / Escritor e Palestrante.
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