A REALIDADE E A FÍSICA QUÂNTICA


Evidências Científicas de uma Realidade Maior:

Sempre que buscamos compreender o universo em que vivemos ou a razão da nossa existência, surge em nossa mente uma questão fundamental: será que existe mesmo uma realidade maior ou ela é constituída somente daquilo que podemos perceber no nosso cotidiano? E a ciência, será que ela já tem uma resposta para essa questão? Apesar de haver fortes evidências da existência dessa realidade maior, não só na ciência como também na filosofia, os cientistas continuam sendo extremamente conservadores e raramente se atrevem a responder questões como essa. "Esse é um tema para a filosofia e não para a ciência", afirmam eles. Em seus conservadorismos eles estariam satisfeitos (pelos menos em sua maioria) em viver em um mundo bem estabelecido, governado pelas leis de Newton, onde a essência da matéria estivesse fundamentada em um átomo constituído por um sistema planetário em miniatura. Mas essa satisfação do cientista seria relativa uma vez que, na sua condição de homem que habita o planeta, a sua vida ficaria desprovida de qualquer sentido. Se a realidade fosse assim restrita, ele passaria a conhecer todos os seus fundamentos, mas deixaria de ter uma razão para viver. Os recentes resultados da teoria quântica (confirmados pelos experimentos), mostram claramente que a nossa reallidade é constituída por elementos que possuem propriedades completamente estranhas aos objetos ordinários que conhecemos. Os seus comportamentos são tão estranhos que eles parecem incompatíveis com tudo que podemos imaginar atualmente. Esse fato tem forçado os cientistas a admitirem que é quase certo que o nosso universo está baseado em alguma realidade fundamental maior da qual pouco conhecemos até o presente. Essa nova visão se torna evidente na análise de cada um dos resultados previstos pela teoria quântica como, por exemplo, o fenômeno conhecido nos meios científicos como a "dualidade partícula-onda". Essa dualidade provem do fato de que as entidades quânticas se comportam simultaneamente como partícula e onda. Os elétrons, os prótons, os nêutrons, os quarks e todas as partículas microscópicas possuem essa propriedade. Esse fato quântico (que se pode determinar rotineiramente em medidas de laboratório), mostra a natureza, aparentemente absurda e misteriosa, dos elementos que constituem a nossa realidade, uma vez que uma entidade quântica deve estar simultaneamente (como uma partícula, localizada em um ponto e, como uma onda, distribuída em uma grande região do espaço). Não existe nada similar na natureza que nos permita compreender esse comportamento. Mas os mistérios não param por ai. Esses comportamentos estranhos somente são notados quando as entidades quânticas não foram ainda observadas. Após a sua observação, a nossa interferência, elas se tornam objetos ordinários, como os existentes na nossa realidade cotidiana. A magia da nossa observação transforma, por exemplo, os elétrons em partículas normais que podemos "fotografar". Parece que a nossa mente possui um poder de transformação que ainda não temos consciência. Buda já afirmava em sua época: "a mente prevalece sobre a matéria". Poderíamos então questionar: por que, então a natureza, que é tão extraordinária e ampla, mantém essa aparência restrita da nossa realidade cotidiana? Parece haver somente uma resposta que satisfaz plenamente essa questão: o todo está sempre presente, mas o que podemos perceber no nosso cotidiano, e nos experimentos científicos, está restrito ao universo tridimensional que é somente alguns aspectos dessa realidade maior. Sabiamente, a natureza parece nos revelar somente alguns de seus aspectos, aqueles que estamos preparados para conhecer.

Autor: Prof. José Pedro Andreeta - físico e professor de física do IFSC-USP e Maria de Lourdes Andreeta - advogada. Ambos se dedicam ao estudo da filosofia e recentemente lançaram o livro: "Quem se atreve a ter certeza? A Realidade Quântica e a Filosofia.

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