QUANTO VALE A SUA FELICIDADE?

O convívio social pode valer mais do que um bom salário anual. É o que revela uma pesquisa feita pela Universidade de Londres. Pela primeira vez, um estudo calculou em moeda corrente* o valor da satisfação de uma visita a um amigo ou do cuidado com a saúde durante uma corrida no parque. Calcule em dinheiro o patrimônio que seu bem-estar representa: Clique no título desta postagem e faça o teste.


Os números não mentem. A partir de determinado patamar de renda, não há dinheiro que pague a felicidade. É o que provou o americano Richard Easterlin, um dos primeiros economistas a estudar a relação entre renda e satisfação pessoal. Sua primeira pesquisa foi publicada nos anos 70 e serviu de base para o World Values Survey, instituto que inventou o índice FIB (Felicidade Interna Bruta). Conhecido como o PIB da felicidade, o indicador reflete a influência da renda no grau de bem-estar da população de 68 países, incluindo o Brasil. Depois de destrinchar quase uma centena de pesquisas, o economista Nattavudh Powdthavee, professor da Universidade de Londres, conseguiu chegar a uma fórmula inusitada. É dele o levantamento que atribui valores monetários a práticas do convívio social. Para Powdthavee, o bem-estar por desfrutar de uma saúde de ferro ou por visitar parentes queridos é um patrimônio que vale tanto - ou mais - que os bens materiais. Na contramão, frustrações ou perdas seriam equivalentes a prejuízos financeiros aterradores.

O trabalho inédito de Powdthavee será publicado na próxima edição da revista do International Journal of Social Economics, uma respeitada publicação científica. De acordo com Powdthavee, uma pessoa que vê seus parentes ou amigos quase todos os dias tem uma satisfação estimada em 85 mil libras por ano (cerca de R$ 340 mil). Na ponta do lápis, esse valor representaria quase nove salários anuais (o rendimento anual médio dos 10 mil britânicos que participaram do levantamento era de 9,8 mil libras - R$ 39 200).

Powdthavee acredita que um indicador de “riqueza-social” acaba puxando outro. “Falar com um vizinho com freqüência cria um ambiente propício ao convívio social e se essa prática for estimulada pode trazer outros benefícios sociais", escreve em sua pesquisa. É por isso que ele defende a adoção de políticas públicas que incentivem a felicidade. “Pessoas satisfeitas são mais produtivas.”

Alguns países já levam essa teoria a sério. No Butão, pequeno país asiático cravado entre a China e a Índia, o governo não promove qualquer atividade econômica sem ter certeza de que ela acarretará distribuição de bem-estar espiritual. Isso tem a ver com a filosofia budista que prioriza a qualidade de vida como política nacional. Experiências como essa ajudaram o economista Powdthavee a chegar à sua fórmula da felicidade. E ela diz que:

*Morar junto traz mais bem-estar do que viver sob regime de matrimônio. A diferença equivaleria a 32 mil libras (aproximadamente R$ 128 mil) por ano.


*O prazer de ter uma saúde de ferro significaria ter um ganho anual de 483 mil libras (R$ 1,9 milhão).

*Conversar com um vizinho pelo menos duas vezes por semana seria equivalente a embolsar anualmente 22 500 libras (R$ 90 mil).

*Ficar desempregado seria tão traumático quanto administrar um prejuízo anual de 143 mil libras (R$ 572 mil).

*O custo de uma separação não seria menor do que 139 mil libras (R$ 556 mil) por ano.

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