O MÍNIMO DA EDUCAÇÃO


Saiba mais sobre o mínimo do magistério, que tramita na Câmara:

A Câmara já analisa o Projeto de Lei 619/07, do Poder Executivo, que estabelece o piso salarial nacional de R$ 850 para os professores do ensino público. O projeto inclui todos os professores da educação básica (desde a educação infantil até o ensino médio), de todos os Estados e municípios da Federação.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, 39% de todos os professores ganham menos que esse valor -- compõem esse número 55% dos docentes em início de carreira. Os valores referem-se a jornadas de 40 horas semanais.

A medida foi incluída no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), anunciado oficialmente nesta terça (24/04/2007).

Além da docência, também foram incluídos os profissionais que exercem as funções de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico. De acordo com o projeto, a integralização do valor será feita até janeiro de 2010.

Média mensal:
Segundo o governo, o valor estipulado no projeto corresponde à média mensal dos salários pagos aos profissionais da educação, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

O governo afirma ainda que o piso salarial será importante garantia de remuneração digna do professor e constitui "demanda histórica dos profissionais de educação".

O projeto regulamenta a Emenda Constitucional 53, que instituiu o Fundeb (Fundo Nacional da Educação Básica). Prefeitos e governadores poderão usar os recursos do fundo para que o piso-salarial seja atingido.

IDEB: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA


No Ideb, 'pior' cidade raspa nota zero; maioria tira menos de 5

O governo federal divulgou os dados e metas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), indicador criado para orientar o direcionamento de verbas da educação. Para todos os níveis de administração (municipais, estaduais e as próprias escolas), o cumprimento das metas do Ideb implicará o recebimento de mais dinheiro. A situação atual do ensino é dramática. Apenas uma minoria de cidades (243) conseguiu obter, nas duas etapas (1ª a 4ª séries e 5ª a 8ª séries) do ensino fundamental oferecido pelas redes municipais, um Ideb igual ou superior a 5 (a escala vai de zero a dez). Com Ideb inferior a 5, da 1ª à 4ª série foram 4.112 das 4.349 cidades avaliadas; índice de 94,5%. Na fase da 5ª à 8ª série, o total de municípios com Ideb inferior a 5 foi de 2.453, entre os 2.467 avaliados; taxa de 99,4%.

O Ideb atual e as metas até 2021 (em .xls)
Consulte diretamente o Ideb da sua cidade

A meta do MEC é que Ideb do Brasil como um todo passe de atuais 3,8 para 6,0 (na primeira etapa do ensino fundamental), média que os membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) teriam no Ideb. A entidade reúne países como Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Suíça, Alemanha, França, Japão e Coréia do Sul, entre outros.

Maioria tira menos de 5 no Ideb. Como você avalia a notícia?

Ou seja, praticamente todas as cidades do Brasil estariam reprovadas numa hipotética prova de final de ano. O que inclui as capitais: nenhuma delas conseguiu índice superior a 5. Salvador (BA) tem o pior desempenho, com Ideb de 2,8 (na avaliação de 1ª a 4ª séries). Curitiba (PR) lidera a lista, com 4,7, seguida de Belo Horizonte, MG (4,6), e Rio de Janeiro (4,3). São Paulo ocupa a nona posição entre as capitais, com índice de 4,1. Leia também:

Escolas particulares não atingem Ideb de '1º mundo'
Ranking escolar aprova só 0,8% das cidades
Folha: Ministério errou resultados da Prova Brasil em 2006
São Paulo tem média 4,5 no índice de educação básica
Barra do Chapéu tem melhor 4ª série do país
Cidades do Nordeste têm pior desempenho
Ramilândia (PR), última no ranking, diz que dado está errado
Especialista elogia índice, mas teme que ocorra maquiagem dos dados
Antes de liberar verbas, MEC irá reanalisar dados

O pior Ideb municipal encontrado foi de 0,3 e o melhor, de 6,8. O mecanismo do Ideb faz parte do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Educação, Fernando Haddad.

O Ideb atual dos municípios, Estados e do Brasil em geral foi calculado com base em dados de 2005 da Prova Brasil e do Saeb, avaliações conduzidas pelo MEC a cada dois anos. Há metas de Ideb para serem atingidas nas avaliações deste ano, na de 2009, 2011 e assim por diante, até a meta "final", em 2021. Numa escala de zero a dez, o Brasil tem hoje um Ideb médio de 3,8 na primeira fase do ensino fundamental (1ª a 4ª séries), de 3,5 na segunda (5ª a 8ª séries) e 3,4 no ensino médio (antigo colegial).As metas para 2021 são de chegar a 6 na 1ª fase do fundamental, 5,5 na 2ª e 5,2 no ensino médio.


Estados:


As metas do Ideb para os Estados variam de acordo com o patamar em que se encontravam em 2005. O indicador avalia o desempenho das redes estaduais de ensino. Por exemplo, da 1ª à 4ª série, Rio Grande do Norte, Piauí e Bahia têm o Ideb mais baixo em 2005: os três partem de 2,6 e devem chegar a 4,8 (RN e PI) e 4,9 (BA) daqui 14 anos.Já o Paraná parte de um Ideb de 5, o maior na 1ª fase do fundamental, e deve chegar a 6,9 em 2021.Da 5ª à 8ª série, o Estado com o pior Ideb atual é Pernambuco, que atinge 2,4. Em 2021, deve chegar a 4,9. Já São Paulo tem o Ideb mais alto, de 3,6, e em 2021 deverá chegar a 5,8.No ensino médio, Piauí e Amazonas partem do índice mais baixo, de 2,3, e precisam atingir um Ideb de 4,1 e 4, respectivamente, daqui a 14 anos.O melhor Ideb inicial é o de Santa Catarina, com 3,5. Sua meta é chegar a 5,3 em 2021.


Municípios:


Os números do Ideb no nível das cidades avaliam as redes municipais, e por isso não há dados para o ensino médio, que é exclusividade dos governos estaduais. A cidade com pior Ideb da 1ª à 4ª série é Ramilândia, no Paraná. Ela parte de apenas 0,3 e precisa chegar a 5,4 em 2021. Barra do Chapéu, em São Paulo, tem o melhor Ideb inicial, de 6,8, e deve chegar a 8,1 em 2021. Nesta fase do ensino fundamental, foram quatro cidades com Ideb menor ou igual a 1.Com nota entre 1 e 2 foram 104 cidades. Já os Idebs entre 3 e 4 foram registrados em 2.710 municípios; entre 4 e 5, em 1.294; entre 5 e 6, em 225. As melhores notas ficaram na faixa entre 6 e 7, e foram obtidas por apenas oito cidades. Da 5ª à 8ª série, o pior Ideb é de Maiquinique, na Bahia, também de 0,3. Sua meta para 2021 é 4,4. O melhor Ideb é o do município paulista de Porto Ferreira, de 5,9, com meta de 7,4.Na segunda fase do fundamental, três municípios tiveram Ideb menor ou igual a 1. Os que obtiveram Ideb entre 1 e 2 foram 97. Com índice entre 2 e 3 foram 1.133; entre 3 e 4, o total de municípios foi de 930. Os números são mais magros quando as faixas são as "melhores" registradas no levantamento: apenas 290 municípios ficaram com Ideb entre 4 e 5, e somente dez alcançaram índice entre 5 e 6; faixa mais alta registrada nessa fase do ensino fundamental. A comparação do Ideb atual com a meta de 2021 mostra que as localidades com pior nível de ensino atual terão de dar um salto de qualidade muito amplo (por exemplo, 5,1 pontos no caso de Ramilândia), enquanto as com Ideb inicial mais alto precisam crescer menos (1,3 ponto no caso de Barra do Chapéu).

Escolas:

O Inep também vai elaborar Idebs atuais e projeções específicas para cada escola pública do país, mas ainda não há data definida para a divulgação dos dados.

BOAS NOTÍCIAS PARA A EDUCAÇÃO?


Governo lança plano para valorizar o professor:

Salário inicial será de R$ 800. Alunos de 6 a 8 anos serão testados» Mais

O governo federal lançou oficialmente, nesta terça-feira em Brasília, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), pacote de medidas para o setor educacional apelidado de ‘PAC da educação’, em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento. A exemplo do pacote para a área econômica, o PDE contempla diversos níveis. A prioridade pretendida pelo governo, no entanto, é a educação básica - do ensino infantil ao médio.
No discurso de apresentação do plano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse considerar o PDE "o plano mais abrangente já concebido neste país". Em outra frase de efeito, Lula afirmou que vê "o início de um novo século da educação no Brasil, um século com a prevalência do mérito. Este é o século da elite do saber, e não da elite do berço e sobrenome". O presidente também disparou uma farpa contra seus antecessores, ao dizer que, antes de seu governo, não havia visão de conjunto no tratamento da educação.
Antes da explanação do ministro da Educação, Fernando Haddad, Lula enumerou pontos que considera importantes dentro do PDE. O primeiro diz respeito ao acesso às universidades. Segundo o presidente, o programa aumenta em 100.000 o número anual de bolsas do Prouni, programa federal que banca o ensino superior de estudantes sem recursos. O segundo é ampliar e modernizar o ensino profissionalizante, colocando um escola técnica em todas as cidades-pólo do pais - uma promessa da campanha eleitoral de 2006. Lula chegou a brincar: "Não me arrumem mais cidades-pólo neste país". O terceiro ponto é a prioridade à região Nordeste, onde estão 950 dos 1.000 municípios com os mais baixos indicadores na educação.
O pacote – Entre projetos de lei, decretos e portarias interministeriais, o governo assinou ao todo 47 atos que fazem parte do PDE. As iniciativas vão desde programa de estímulo à leitura até a formação continuada de professores das redes de ensinos municipal e estadual, passando por medidas de infra-estrutura, como garantir luz elétrica em todas as salas de aula (especialmente na zona rural) e fornecer barcos para o transporte escolar em áreas isoladas pelas águas.
Um dos pontos que já haviam sido anunciados é a implantação de um piso salarial de 850 reais para professores da educação básica de todo o país. A proposta deve ser implementada aos poucos, até 2010. Segundo o ministério da Educação (MEC), o período é necessário para não afetar o orçamento de estados e prefeituras. De acordo com o que ministério havia anunciado anteriormente, este piso é para os professores que trabalham 40 horas por semana.
Avaliação dos alunos – Na área de educação básica, o PDE criará o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Indeb), para avaliar a qualidade do ensino fundamental pelo país. Medido em todos os municípios, este índice leva em conta rendimento de alunos, taxa de repetência e evasão escolar, para decidir quais são as cidades mais defasadas no ensino. O governo condicionará o repasse de verbas para prefeituras com baixa performance escolar nesse índice. Haverá ainda a ‘Provinha Brasil’, avaliação de alunos de 6 a 8 anos para aferir seu grau de alfabetização.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), serão investidos neste ano cerca de 1 bilhão de reais no setor, adicionais ao Fundo de Desenvolvimento Educação Básica (Fundeb). Lula observou ainda que o Fundeb deverá aumentar em dez vezes os investimentos federais nas áreas mais carentes do ensino. Ao concluir o seu discurso, o presidente destacou que é preciso repensar o ensino e não apenas disponibilizar recursos. "Os problemas do ensino não se restringem à disponibilização de investimentos. Existem muitas coisas que o dinheiro não resolve", comentou.

AQUECIMENTO GLOBAL: ÚLTIMAS NOTÍCIAS

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Uma conferência internacional sobre o aquecimento global aprovou hoje um relatório final advertindo que haverá devastadoras conseqüências para a Terra e para a humanidade - do aumento da fome à extinção de espécies - caso o mundo não aja imediatamente para conter a emissão de gases causadores do efeito estufa. Entre os desastres mais notáveis está o fim da floresta Amazônica e, em seu lugar, o surgimento de uma savana. Isso ocorreria devido a uma alteração nos regimes de chuva, que passariam a cair em menor volume e, com isso, devastariam entre 30% a 60% da floresta até o ano de 2080. Os 400 cientistas e representantes governamentais examinaram por uma semana 29 mil dados coletados por cinco anos em todo o planeta e concluíram que cerca de 30% das espécies vegetais e animais correm o risco de desaparecer se a temperatura mundial tiver uma alta superior a 2ºC em relação à média das décadas de 1980 e 1990. Áreas que hoje sofrem escassez de chuva se tornarão ainda mais secas, aumentando o risco de fome e da disseminação de doenças. O mundo enfrentará ameaças crescentes de enchentes, tempestades e erosão das regiões costeiras. "Esse é um vislumbre de um futuro apocalíptico", estimou o grupo ambientalista Greenpeace sobre o estudo. O relatório de 21 páginas pretende ser um guia para políticas de governo. Ele é um sumário das 1.500 páginas de evidências científicas da mudança climática e do impacto que ela terá sobre as pessoas e os ecossistemas mais vulneráveis da Terra. Leia a notícia completa


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PROJETO E SUA ESTRUTURA


LUCUBRAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO


Por: Jorge Schemes

A grande ferramenta de transformação social é a educação. Não pode haver mudança, movimentos sociais legítimos e nem mentalidade crítica e cidadã, sem um processo educacional consistente e fundamentado em sólidos princípios, éticos, teóricos e metodológicos. Penso que toda a prática está embasada em pressupostos teóricos, pois não há prática sem teoria e vice-versa, assim, partindo desta premissa, a educação não contém um conhecimento vazio ou descontextualizado. Também se faz necessário considerar que toda educação é política, não necessariamente no sentido partidário, mas no sentido aristotélico do termo, ou seja, como dizia Aristóteles: "o ser humano é um animal político". A educação, por ter um conteúdo significativo com a realidade histórico-social do indivíduo, promove esse movimento político de construção de uma sociedade participativa. Quando um conteúdo tem vínculo com a realidade do sujeito, ele tem significado, e quando tem significado se torna relevante, e aquilo que é relevante para o indivíduo passa a ser usado em seu cotidiano como ferramenta política, no sentido de promover a mobilização social e conseqüentemente as mudanças. Assim, penso que participar de um processo educacional e promover o conhecimento historicamente construído pela humanidade, pode ser um primeiro passo para a construção de uma visão de mundo mais crítica e participativa. Como professor universitário, desejo dar minha parcela de contribuição ao utilizar os conhecimentos construídos em minha prática pedagógica em sala de aula, pois trabalho diretamente com a formação de futuros docentes, os quais por sua vez podem ser multiplicadores deste conhecimento mais elaborado e crítico. Como afirmou Francis Bacon: "Saber é poder"! E certamente o conhecimento construído sobre as bases da educação é um dos passos para a prática de uma cidadania mais crítica e participativa, permitindo para muitos a superação da condição de meros súditos.A incipiente democracia brasileira precisa ser aprendida e praticada pelos cidadãos. A grande massa em nosso país ainda vive como súdito, pensa como súdito e não têm plena consciência de seus direitos e deveres. Ora, o súdito subordina o seu pensamento, os seus sonhos e a sua própria vida, em detrimento de sua felicidade e bem estar. O processo de libertação do pensamento subordinado e fundado no senso comum só pode ser alcançado via educação. Essa libertação, lembrando a alegoria da caverna de Platão, não é algo indolor a nível cognitivo, pois bate de frente com dogmas, valores, tradições e preconceitos aprendidos. Todavia, não se trata de qualquer educação, e muito menos de qualquer educador. Há educadores comprometidos e há mercenários da educação. Portanto, penso que, como dizia Paulo Freire, "somos seres da transformação e não da estagnação", ou seja, se de fato sonhamos, e sonhar é utopia, e a utopia nos dá esperança, então é porque somos capazes de acreditar em mudança de mentalidade, de pensamento. Como dizia Sócrates: "aquele que deseja mudar o mundo, deve primeiro, mudar a si mesmo". A desconstrução e a constante reconstrução do pensamento só podem ocorrer dentro de um processo dialético, contemplando as diferenças e a multiculturalidade presente neste tempo histórico e social. Ao participar deste processo educacional como um projeto político e civilizatório para todos, faz-se necessário uma abordagem pedagógica socio-histórica e uma concepção histótico-social de ser humano. A concepção metafísica de ser humano, bem como a concepção naturalista ou cientificista são excludentes, pois objetivam a uniformidade onde há diversidade, além de fragmentar e diluir o todo. Penso que os movimentos sociais legítimos e a participação da sociedade no controle social das ações do Estado só serão difundidos e praticados pela grande massa deste país quando a educação der um salto de qualidade. Não basta apenas mais verba pública, faz-se necessário um projeto que contemple o todo, desde a formação do professor até as questões ligadas a infra-estrutura, salário, recursos didático-metodológicos, acesso as tecnologias e reformulação do espaço escolar. Porque um dos problemas que atinge a educação hoje é que há uma verdadeira disritmia entre o que ocorre dentro da escola e o que ocorre na sociedade. Assim, na educação ainda temos um modelo medieval, com formatação medieval e o que é pior, com mentalidade medieval. Desta maneira, penso que o desafio de multiplicar o conhecimento construído historicamente pela humanidade não está apenas limitado ao entendimento teórico. Contudo, por meio de uma educação libertadora, lembrando a filosofia da libertação de Enrique Dussel, mantenho a grande utopia de um país escolarizado, alfabetizado e letrado, com pensamento próprio e não apenas como um mero refletor do pensamento acabado daqueles que detém o poder político, econômico e cultural. Particularmente não sou a favor de extremos, os extremos são sempre perniciosos e perigosos, mesmo que sejam aparentemente positivos. Como dizia Aristóteles: "A virtude (ética) nunca é encontrada nos extremos, mas no meio termo, no equilíbrio". Esta ética aristotélica do meio termo é fundamental para a tomada de decisões mais bem fundamentadas e legítimas. Pois afinal, o principal objetivo da ética é o bem, individual (para si) e coletivo (para os demais). O fato da sala de aula poder ser um espaço democrático é importante para a educação, pois o professor tem autoridade de cátedra, e pode, se assim o desejar e se estiver preparado, questionar o status quo social, ou, se for o caso, ser um mero reprodutor das ideologias da classe dominante. A educação, como um prática laica, é arma de combate social, é alimento e combustível para o pensamento crítico e para uma atitude mais cidadã de transformação social. Embora a constituição estabeleça a separação entre Igreja e Estado, o que presenciamos na prática é uma continuação de interesses ideológicos e religiosos que muitas vezes subjugam o pensamento autêntico. Marx dirira que a religião como instrumento ideológico é o ópio do povo. Há dois lados nesta questão, o primeiro faz referência a uma crítica da religião como alienadora, o outro lado é positivo, uma vez que o ópio na época de Marx servia também como remédio anestésico, a religião é necessária para a cura da alma. O que não dá para admitir é a pessoa usar apenas o mito e os dogmas como leitura de mundo e da realidade. Há outras formas de abordagem do real, dentre elas cito a arte, a filosofia e a ciência. Aí entra a educação, promovendo a atitude crítica, a atitude filosófica e a reflexão filosófica, ou seja, libertando o indivíduo da caverna. Todavia, nem todos estão prontos para sair do senso comum em direção a luz do conhecimento crítico, mesmo muitos professores. Porque, em minha opinião, mexer na zona de conforto incomoda. Aliás, a reflexão filosófica sempre incomodou os poderesos, por essa razão não é por acaso que em regimes políticos totalitários a filosofia a a arte são banidos ou reprimidos.
Todo processo educativo que se preze busca a autonomia do indivíduo. Essa autonomia envolve aspectos morais e intelectuais. Porque o objetivo da verdadeira educação é educar para a liberdade. Volto a pensar na questão dos extremos. Em relação a liberdade há dois extremos. De um lado temos aqueles que acreditam que não pode haver liberdade, pois estamos entregues a um certo determinismo, então para que buscá-la? Estes vivem pelo princípio da hetoronomia (norma ou lei que vem de fora, que é imposta). Do outro lado há aqueles que defendem a tese da liberdade absoluta, plena e sem limites. Conduzem a educação e seus processos dentro do princípio da anomia (ausência de normas ou leis). Lembrando novamente a ética aristotélica do meio termo, podemos concluir que estes dois pólos não são o ideal na busca pela construção da liberdade. Então onde está a virtude? Primeiro, penso, devemos entender a liberdade como uma busca constante que se dá no contexto histórico-social onde cada indivíduo está inserido. A liberdade não está pronta e acabada. Ela precisa ser construída dentro de um processo dialético. O sujeito como ente social desenpenha o papel de ator e autor de sua própria liberdade. Essa busca está fundamentada no princípio da autonomia (aquele que dá a si mesmo as próprias leis). Entendendo que a palavra "nomia" em grego significa lei. Então, para Kant, há um imperativo categórico no sentido moral que me impõe os limites éticos e morais de minhas ações como ser livre ou em busca da liberdade. Ou seja, a verdadeira liberdade está norteada pela ética. Na concepção de Platão o objetivo final da ética é atinger o bem, primeiramente para si e depois para os demais. Sempre que falhamos em atingir o bem, falhamos com a ética. Assim, educar para a liberdade envolve a construção da liberdade como uma busca utópica. Ora, a utopia não é de todo negativa, aliás, ela é o conbustível para os nossos sonhos e alimenta as nossas esperanças. Deste modo, educar para a liberdade significa construir a autonomia no ser, embora devamos considerar que este não é um processo pontual, para ocorrer num dado momento da vida, mas é um processo contínuo. Talvez no dia da nossa morte descubramos que nunca fomos livres de fato. Então, a educação para a autonomia envolve o distanciamento da heteronomia, ou seja, significa construir a liberdade transportando o indivíduo dos princípios da anomia e da heteronomia para o princípio da autonomia moral, ética e intelectual. Pensando nisso como uma breve fundamentação teórica, acredito que dentro de um contexto democrático recente, a educação no Brasil está passando de um extremo (heteronomia) para outro (anomia). No sentido moral e ético isso é muito grave, pois, se não tivéssemos outra opção, a escolha preferível entre um extremo e outro seria a heteronomia (princípio de condução moral próprio de um regime político autoritário). Contudo, como vivemos em um Estado democrático e de direitos, estes dois extremos são inapropriados, cabendo apenas a opção da busca pela autonomia. Como vivemos numa fase histórica de mudança de paradigma na educação, onde a escola tradicional convive com as propostas relativamente recentes da escola nova, o desafio maior está na formação continuada dos docentes. Mudar a concepção de homem, de sociedade e de educação não é uma tarefa tão simples quanto parece, pois temos sobre nós o peso da tradição educacional construída por mais de dois milênios. Pessoalmente acredito que isso só é possível pela desconstrução de uma mentalidade arcaica e medieval que permeia o imaginário popular e o inconsciente coletivo dos profissionais da educação. Esse é um processo dialético contínuo e de amadurecimento humano, pois os professores precisam aprender a discutir idéias sem levar para o lado pessoal. Deste modo, posso ponderar que um dos principais entraves para a qualidade na educação é a má qualidade na formação docente. Muitas vezes o problema não é o aluno, aliás, na grande maioria dos casos não é, então de quem é a responsabilidade maior? Não hesito em responder que é do professor. Enquanto os professores tiverem uma concepção metafísica e cientificista do ser humano eles terão uma concepção uniformista e fragmentada da educação. É justamente por conta destas concepções tradicionais que há exclusão, segregação, discriminação e preconceito em sala de aula por parte dos professores. Não conseguem, por conta disso, contemplar as inteligências múltiplas, as diferenças e a diversidade. Por conta destas concepções abusam do poder que lhes é dado e se tornam autoritários, perdendo a autoridade como mestres de um ofício artesanal. Perdem com isso a dimensão do humano no ser e praticam a pedagogia do terror, tornando-se assim terroristas da educação, mercenários que trabalham apenas pelo salário, verdadeiros destruidores de talentos e sonhos, ladrões da alma infanto-juvenil, finalmente, um verdadeiro perigo para a sociedade.A autonomia ética e moral é uma busca contínua e sem fim, a qual se dá dentro de um processo dialético e inserido num contexto histórico-social de diversidade cultural e pluralismo axiológico. Saber conviver com o diferente é o maior desafio no universo multicultural no qual estamos inseridos. Há tantas morais quantas são os grupos sociais. Conseqüentemente há escalas de valores e interesses conflitantes. Este cenário moral de diversidade é importante para a educação e para o educador, pois não permite que a pedagogia se torne dogmática e que a sala de aula se transforme em um espaço de abuso ditatorial. Contudo, como pensava Emmanuel Lévinas, não há lugar na sociedade plural para qualquer fundamentação ética, é imperativo resgatar a proposta da ética da alteridade como filosofia primeira, mesmo antes da ontologia. O capitalismo faz uso de uma "ética" utilitarista (onde os fins justificam os meios). Como educadores temos que ter o cuidado para não cairmos apenas no "discurso ético", pois para a grande maioria dos nossos alunos ainda somos referência. Deste modo, podemos entender a ética como uma encarnação e não apenas como discurso. Pois todo educador é professor de moral, tenha consciência disso ou não. Há um "discurso" ético e moral subentendido em nossas práticas. A moral se revela de maneira mais clara para os alunos no currículo oculto da escola. Portanto, ninguém é neutro quando faz educação. Cada educador precisa ter consciência da sua influência quando atua em sala de aula e dentro da escola. Precisa sempre estar questionando a sua prática em três eixos básicos: 1. Que tipo de homem desejo formar? 2. Com que tipo de educação? 3. E para qual sociedade? Penso que ao educar, o professor deveria almejar a construção de um sujeito autônomo, reflexivo e crítico, utilizando-se da sua influência e de uma educação libertadora para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, cidadã e fraterna.

REFLEXÃO PARA A PÁSCOA

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA

Por: Jorge Schemes


É tempo de páscoa, é tempo de reflexão. Nada melhor do que uma história para ilustrar o verdadeiro espírito e significado desta data. Certa vez, numa pequena cidade do interior havia uma pequena, mas muito bem cuidada, escola pública de Ensino Fundamental. Nela, estudavam crianças e adolescentes de várias classes sociais. Havia nesta escola uma turma muito especial, era a 4ª série “c” da professora Kelen. Era uma turma especial porque nela estudava o pequeno e franzino Jeremias, uma criança muito inteligente, porém muito doente e com muitas limitações físicas. Kelen era uma professora comprometida e muita bem preparada. Amava o que fazia e amava mais ainda os seus alunos, os quais conhecia muito bem e chamava pelo nome. O carinho da turma pela professora era evidente. Todos os dias as crianças competiam entre si nas demonstrações de afeto à jovem professora. As aulas eram dinâmicas e muito bem planejadas, de tal maneira que os alunos sentiam prazer em participar do processo de ensino e aprendizagem. Era a semana que antecedia a semana da páscoa. Mais precisamente uma sexta-feira. No outro final de semana seria a data tão esperada. Todos na escola só falavam do que queriam ganhar, e é claro que os ovos de chocolate estavam no topo da lista dos presentes favoritos da criançada. E os alunos da professora Kelen não eram exceção. Estavam eufóricos com o clima festivo da data, afinal, ganhar presentes e chocolates nunca é demais quando se é criança. Diante do entusiasmo e motivação da turma, Kelen propôs um desafio aos seus alunos. Solicitou que todos participassem de coração. A professora pediu para que cada aluno e aluna da 4ª série “c” fizesse o seu melhor na confecção de um ovo de madeira. Todavia, este ovo de madeira deveria ser partido ao meio e oco por dentro. A turminha vibrou com a idéia, mas não demorou muito para que começassem a fazer perguntas. _ Professora, argumentou Priscila, não será fácil fazer este ovo sozinha, posso pedir a ajuda do meu avô? Kelen respondeu prontamente que sim, que todos poderiam pedir ajuda e aproveitou para explicar para toda a classe que o tamanho do ovo não importava, desde que ele fosse oco por dentro. Gustavo, que adorava pintar seus desenhos, logo perguntou: _ Podemos pintar e colorir o ovo de madeira professora? _ Claro que sim, respondeu Kelen, será ótimo que vocês usem toda criatividade possível. Enquanto a turma estava agitada e conversando uns com os outros sobre a confecção do ovo de madeira, Jeremias estava calado “no seu cantinho” e parecia um pouco preocupado. Foi então que um de seus colegas de sala percebeu isso e falou em voz alta: _ Mas professora, e o Jeremias? Como ele vai poder fazer este trabalho? A preocupação de Alberto tinha fundamento. É que Jeremias não tinha uma boa coordenação motora devido a problemas neurológicos, os quais o impediam de andar e movimentar braços e mãos normalmente, de modo que sua locomoção era lenta e os movimentos mais simples eram difíceis de realizar. A turma ainda não estava acostumada com Jeremias, pois ele estava com eles fazia apenas uns dois meses, desde que começaram as aulas naquele ano. Depois da fala de Alberto o burburinho foi cedendo lugar ao silêncio e os olhos de todos se voltaram para os fundos da sala de aula, atingindo diretamente o olhar assustado de Jeremias. A professora percebeu sua timidez e constrangimento e procurou ser muito sensível ao perguntar para Jeremias se ele gostaria de participar da atividade proposta. Jeremias tinha dificuldades até mesmo para se expressar verbalmente, embora sua inteligência fosse aguçada e sua capacidade cognitiva fosse uma das melhores da classe. Mesmo diante da situação e de suas limitações, Jeremias afirmou que gostaria de fazer o seu ovo de madeira, e disse mais, disse que a páscoa era sua data preferida. Kelen o elogiou e disse que acreditava no seu potencial e capacidade. A turma começou a conversar baixinho e dentre as conversas que foram surgindo logo apareceram aquelas preconceituosas. _ Será que Jeremias entendeu o que a professora pediu? _ Será que ele conseguirá fazer o seu ovo de madeira? _ Aposto que ele vai desistir na primeira tentativa! Argumentaram alguns alunos. Eles chegaram até a fazer apostas para ver se Jeremias iria fazer ou não o ovo de madeira. A aula estava quase acabando quando a professora interrompeu a conversa entusiasmada dos alunos e deu mais algumas orientações sobre a confecção do ovo de madeira. _ Meus queridos, ela disse; prestem atenção e anotem as seguintes orientações para o trabalho: vocês farão o ovo de madeira em duas metades e oco, mas deverão colocar algo dentro que simbolize a vida, porque a páscoa é a comemoração da vida. Coloquem o que quiserem. Vocês deverão trazer o ovo com algo dentro que seja um símbolo da vida até 5ª feira, para juntos, fazermos uma reflexão sobre o verdadeiro sentido da páscoa. _ Todos entenderam? Vocês têm alguma dúvida? Perguntou a professora. A classe toda demonstrou ter entendido a tarefa e logo começaram a falar sobre como seria feito o ovo de madeira. O sinal para o término de mais uma manhã de aula ecoou pelos corredores da escola. Os alunos foram para casa cheios de vontade para realizar a tarefa o quanto antes. Muitos disseram que já na segunda-feira estariam com o seu ovo de madeira pronto. Jeremias, como de costume, era o último a sair da sala devido a seus problemas de saúde, e como sempre se despedia da professora Kelen com um beijo, agradecendo-a por mais uma manhã de aprendizado. Na verdade, ele era um menino muito educado, e possuía uma personalidade agradável. Aquele final de semana passou voando. Na segunda-feira de manhã Kelen e seus alunos estavam de volta à escola. O comentário não poderia ser outro a não ser a confecção do ovo de madeira. Poucos notaram, mas Jeremias não foi para a aula naquela manhã. Os dias se passaram rapidamente, 3ª feira, 4ª feira e finalmente chegou o dia da apresentação do trabalho. Naquela 5ª feira pela manhã, todos os alunos, sem exceção, inclusive Jeremias que havia faltado três dias consecutivos, estavam presentes. Alguns tinham confeccionado seu ovo de madeira com muito capricho. Pedro era um deles e levou orgulhoso um ovo feito na marcenaria do seu tio. Era um ovo perfeito. Lindo. Todo colorido e brilhante. Os alunos foram entrando na sala e procurando seus lugares, um a um foram tirando seu ovo de madeira de dentro das mochilas escolares e colocando em cima da carteira. Jeremias foi o último aluno a sentar, mas não colocou nenhum ovo sobre a sua carteira. A expectativa era grande, todos queriam mostrar o que tinham colocado dentro do seu ovo de madeira. A professora os recebeu com alegria, e após as boas vindas os convidou a mostrar para a classe o que tinham feito. Tinha ovo de todo tamanho e cor. Os alunos tinham caprichado. A grande maioria havia solicitado ajuda de seus pais e parentes. Kelen perguntou: _ Quem gostaria de iniciar a apresentação? Pedro, que tinha o maior ovo de madeira da sala levantou-se e foi na frente da turma orgulhosamente. Antes de abri-lo, a professora perguntou se ele tinha colocado algo dentro que simbolizasse a vida, Pedro respondeu que sim, e ao abrir o ovo lá estava um grão de feijão brotando em cima de um pedaço de algodão embebido com água. O garoto disse entusiasmado: _ este é o meu símbolo da vida! Houve um murmurinho quase que geral, porque muitos outros tinham feito a mesma coisa, pois tinham aprendido esta experiência no final da 3ª série. Porém, Julia, uma menina alegre e inteligente, pediu para mostrar o seu ovo. Ao abri-lo, todos notaram que um líquido escorreu, era água. Julia afirmou emocionada: _ A água é símbolo da vida, pois sem ela não podemos existir! Nada sobrevive sem água! Assim, um a um os alunos foram apresentando seus trabalhos, sempre com a aprovação e os elogios da jovem professora Kelen. Quando parecia que todos já tinham mostrado e falado sobre seu ovo de madeira e o que tinham colocado dentro, a turma e a professora ouviram uma voz gritando: _ Professora, falta o Jeremias! Todos se voltaram para os fundos da sala onde Jeremias estava sentado. Neste momento, alguns alunos preconceituosos começaram a rir e dizer que Jeremias não tinha feito o trabalho. _ Ele não entendeu o que era para fazer professora! Disse Paulo. _ Eu sabia que ele não iria conseguir! Disse Ana. Kelen interrompeu imediatamente estes comentários e exigiu respeito ao colega. A classe ficou em silêncio. E antes que a professora pudesse perguntar se Jeremias tinha feito ou não o trabalho, todos ouviram uma voz rouca e tímida vinda do fundo da sala que dizia: _ Professora...Eu...Também...Fiz...Posso...? Era Jeremias. Ele tinha deixado seu ovo de madeira dentro da sua mochila, pois teve vergonha de mostrá-lo. Todos se surpreenderam quando Jeremias começou a tirar “algo” de dentro de sua mochila. Lentamente ele foi tirando e colocando sobre a sua carteira. E para surpresa de todos, lá estava “algo parecido” com um ovo de madeira. Parecido, porque tinha um formato diferente, era disforme e cheio de falhas. A classe começou a cochichar e a rir baixinho. A professora demonstrou que não estava gostando, e mais uma vez exigiu respeito ao colega. O ovo de madeira de Jeremias tinha sido feito por ele mesmo, com muita dificuldade e dedicação e sem a ajuda de ninguém. Não estava pintado e era o mais feio da classe. Perto dos outros trabalhos parecia um “lixo”. Mas a beleza não estava no exterior. Jeremias pediu para ir até na frente da classe. A professora e mais dois coleguinhas o ajudaram a se locomover enquanto ele segurava o seu ovo de madeira preso ao peito. Após chegar lá, Jeremias começou a falar com muita dificuldade. Kelen solicitou aos alunos que prestassem atenção. Jeremias disse emocionado: _ Isto aqui (mostrando seu ovo de madeira), não representa um ovo. Em seguida, ao separar as duas metades, todos na sala puderam perceber que “aquilo” estava oco por dentro, mas que não tinha nada dentro que simbolizasse a vida. Os alunos começaram a cochichar, mas bastou um olhar de repreensão da professora para que se calassem. Jeremias continuou com dificuldades: _ Isto...Representa a sepultura...De Jesus Cristo, e está vazio...Porque Ele ressuscitou dos mortos...Esse é o símbolo da páscoa...Jesus está vivo...A sepultura está vazia! Naquele momento, o verdadeiro espírito da páscoa começou a percorrer os corações. A professora, emocionada, deixou cair gotas de lágrimas. Jeremias tinha deixado uma mensagem que marcaria para sempre a vida de cada um naquela sala de aula. O sinal tocou em seguida e a professora se despediu de cada um desejando uma feliz páscoa. Aquele final de semana passou rápido como todo bom feriado. Na segunda-feira os alunos retornaram para a escola ansiosos para contar as novidades da páscoa. Uns queriam falar das celebrações em sua igreja, outros queriam mostrar o tamanho e a quantidade de ovos e doces que ganharam. Mas todos queriam compartilhar suas experiências. A sala da professora Kelen estava alvoroçada. Muitos tinham trazido balas e chocolates para a professora. Todos estavam presentes, menos Jeremias. Antes de iniciar a aula naquela manhã, kelen disse que tinha uma notícia triste para dar aos seus alunos. _ Queridos, disse ela com a voz embargada. Hoje pela manhã eu recebi um telefonema da família do Jeremias. Sua mãe estava muito triste e me disse que o Jeremias estava muito doente. Ela me disse que ele já estava lutando contra seus problemas de saúde fazia muitos anos, mas que ultimamente estava ficando cada vez pior. Ela me disse que ele amava vir para a escola, e que este era o melhor momento do seu dia. Queridos, infelizmente o Jeremias não veio hoje...(Kelen não conseguiu segurar as lágrimas), ele não veio hoje porque...Ontem à tarde ele foi internado as pressas no hospital municipal, mas não resistiu aos seus graves problemas de saúde e faleceu. O Jeremias está morto! A turma foi pega de surpresa e todos, sem exceção, se entristeceram e alguns até começaram a chorar. A professora teve dificuldades em acalmar a classe. Em seguida disse aos alunos que as aulas estavam suspensas, pois ela e os professores iriam ao funeral. Em seguida, Kelen convidou seus alunos e perguntou quantos também gostariam de ir. Todos levantaram as mãos. Vendo a disposição dos alunos, a professora fez um pedido inusitado. _ Será que vocês podem ir até suas casas buscar os ovos de madeira que fizeram para a páscoa? Como todos moravam perto da escola isso não parecia algo difícil ou impossível de fazer. A turma deixou o material na sala de aula e saiu correndo para buscar os ovos de madeira. Logo todos estavam de volta, cada um com seu ovo de madeira. Kelen pediu que todos tirassem o que havia dentro do ovo de madeira, que deixassem o ovo vazio, assim como Jeremias havia ensinado. Em seguida, todos pegaram o seu ovo de madeira vazio e foram andando até a casa de Jeremias, pois não ficava muito distante da escola. Ao chegarem lá, puderam observar um caixão branco onde o pequeno e frágil corpo de Jeremias estava sendo velado. Então, mais uma vez a professora fez um pedido aos seus alunos: _Por gentileza queridos alunos, disse ela, peguem os ovos de madeira que cada um de vocês fizeram e coloquem todos embaixo do esquife (caixão). Um a um, os alunos foram até onde estava o caixão de Jeremias e colocaram seu ovo de madeira aberto, sem nada dentro, vazio, assim como Jeremias havia ensinado. Cada um daqueles ovos simbolizava a esperança da ressurreição, simbolizava a vida e não a morte. Finalmente, todos puderam sentir a força espiritual do que Jeremias havia ensinado. Finalmente, todos puderam entender qual era o verdadeiro sentido da páscoa.

Obs: Dedico esta história a Kelen, Miriam e Jorge Gabriel.

O ENSINO RELIGIOSO E A TEORIA DA ATIVIDADE


O ENSINO RELIGIOSO E A TEORIA DA ATIVIDADE

Por: Jorge Schemes*


Inicialmente há de se estabelecer alguns questionamentos: Qual o entendimento que os professores de Ensino Religioso devem ter da Teoria da Atividade? Como este entendimento afetará sua prática didático-pedagógica em sala de aula? Por que é importante que os professores de ER entendam os conceitos fundamentais da Teoria da Atividade? Em que contexto filosófico mais amplo situa-se esta teoria? O professor de Ensino Religioso é um agente mediador no processo de ensino e aprendizagem e não o detentor do saber. Para o êxito didático-pedagógico e uma melhor qualidade das aulas de Ensino Religioso é necessário que as atividades realizadas tenham uma vinculação com a realidade dos alunos e uma finalidade. A Teoria da Atividade não pode ser considerada como toda e qualquer ação de aprendizagem sem motivação, por essa razão é necessário analisar a problemática da relação entre teoria e prática no Ensino Religioso, tendo como referência a Proposta Curricular de Santa Catarina, e de maneira mais específica a Teoria da Atividade.

Quando se fala em Teoria da Atividade, não podemos deixar de nos referir a Alexei Nikolaievich Leontiev (1904-1979). Ele, Juntamente com Luria, foi um dos colaboradores mais próximos de Vygotsky, tendo trabalhado diretamente com ele no projeto de construção da nova psicologia na Rússia pós-revolucionária. Essa teoria não é uma elaboração de Vygotsky, mas pode ser considerado um desdobramento dos seus postulados básicos, especialmente no que diz respeito à relação homem-mundo enquanto construída historicamente e mediada por instrumentos. Portanto, “A Teoria da Atividade é uma decorrência da Psicologia Histórica Cultural, de Vygotsky, Leontiev, Luria e outros pesquisadores da Academia Soviética de Psicologia”. (TEMPO DE APRENDER, 2000:15). Percebemos que é um processo histórico de construção do conhecimento, dentro de um novo modelo de educação, onde o processo de ensino e aprendizagem é norteado por mudanças de paradigmas tradicionais.

Segundo Hentz: "A Teoria da Atividade é uma teoria educacional ligada à concepção de aprendizagem sociointeracionista, adotada pela Proposta Curricular de Santa Catarina, por ser a concepção da qual podem derivar práticas pedagógicas que dão conta de socializar a aprendizagem, isto é, de romper com práticas tradicionais de ensinar bem a quem aprende facilmente e não ensinar a quem tem alguma dificuldade de aprender". (HENTZ, 2000:13)

Dentro desta definição, as atividades humanas são consideradas como formas de relação do homem com o mundo, dirigidas por motivos, por fins a serem alcançados. A idéia de atividade envolve a noção de que o homem é orientado por objetivos, agindo de forma intencional, por meio de ações planejadas. Por essas razões, “O sujeito é visto como resultado: a) de sua carga biológica; b) de sua própria atividade; c) do processo histórico social de sua vida” (FICHTNER, 1999:4). Conforme avaliação de Lompscher (1996:93), também é possível estruturar atividades de aprendizagem como sendo “processos de abstração/concreção/abstração, numa visão facilmente compreensível a partir do entendimento do processo de apropriação/elaboração de conceitos científicos”. Para Leontiev (1978:56), a atividade de cada indivíduo ocorre num sistema de relações sociais e de vida social, onde o trabalho ocupa lugar central. A atividade psicológica interna do indivíduo tem sua origem na atividade externa: “[...] os processos mentais humanos (as funções psicológicas superiores) adquirem uma estrutura necessariamente ligada aos meios e métodos sócio-historicamente formados e transmitidos no processo de trabalho cooperativo e de interação social”. Leontiev analisa a estrutura da atividade humana distinguindo três níveis de funcionamento: a atividade propriamente dita, as ações e as operações. Um exemplo dado por Leontiev explicita esses três níveis de funcionamento: "Quando um membro de um grupo realiza sua atividade de trabalho ele o faz para satisfazer a uma de suas necessidades. Um batedor, por exemplo, que toma parte de uma caçada coletiva primitiva, foi estimulado pela necessidade de alimento ou, talvez, pela necessidade de vestimenta, que a pele do animal morto satisfaria para ele. Mas, a que sua atividade estava diretamente orientada? Poderia estar orientada, por exemplo, para afugentar u bando de animais e encaminhá-los na direção de outros caçadores tocaiados. Isso, na verdade, é o resultado da atividade desse homem. E a atividade desse membro individual da caçada termina aí. O restante é completado pelos outros membros. Por si só, esse resultado – a fuga da caça, etc. – não leva, e não pode levar, à satisfação da necessidade de comida ou de vestimenta. Conseqüentemente, os processos da atividade do batedor estavam direcionados a algo que não coincidia com o que os estimulou, isto é, não coincidia com o motivo de sua atividade; os dois estavam separados nesse exemplo. Aos processos cujo objeto e motivo não coincidem chamaremos ações. Podemos dizer, por exemplo, que a atividade do batedor é a caçada e o afugentar do animal, sua ação". (LEONTIEV, 1978:210).

Percebemos nesse exemplo como a atividade é uma forma complexa de relação homem-mundo, que envolve finalidades conscientes e atuação coletiva e cooperativa. A atividade é realizada por meio de ações dirigidas por metas, desempenhadas pelos diversos indivíduos envolvidos na atividade. O resultado da atividade como um todo, que satisfaz à necessidade do grupo, também leva à satisfação das necessidades de cada indivíduo, mesmo que cada um tenha se dedicado apenas a uma parte específica da tarefa em questão. O terceiro nível da atividade humana elencado por Leontiev, o nível das operações, refere-se ao aspecto prático da realização das ações, às condições em que são efetivadas, aos procedimentos para realizá-las. Segundo Leontiev: "Além de seu aspecto intencional (o que deve ser realizado) a ação também inclui seu aspecto operacional (como, de que modo pode ser realizada), o qual é determinado não pela meta em si, mas pelas condições objetivas (ambientais) para sua realização. [...] A esses modos de desempenhar uma ação chamo de operações". (LEONTIEV, 1978:27).

Podemos concluir que uma mesma atividade humana pode ser desempenhada por meio de diferentes cadeias de ações: a atividade da caça pode envolver as ações de afugentar os animais e emboscá-los, como no exemplo mencionado anteriormente, ou as ações de construção de armadilhas e posterior matança dos animais que nelas caem, ou ainda as ações de colocação de alimentos em determinado local para atrair o animal. Da mesma forma, uma ação pode ser desempenhada por meio de diferentes operações: o abate de um animal pode ser realizado por golpes de bastão, flechadas, lanças, etc. Segundo Luria (1992:29), “o funcionamento do ser humano não pode, pois, ser compreendido sem referência ao contexto em que ocorre”. Neste contexto, a atividade humana é o resultado do desenvolvimento sócio-histórico sendo internalizada pelo indivíduo e constituindo sua consciência, seus modos de agir e sua forma de perceber o mundo real. Desta maneira, a compreensão do contexto cultural no qual ela ocorre é essencial para a compreensão dos processos psicológicos. Para Leontiev (1978:167), “conforme se transforma a estrutura da interação social ao longo da história, a estrutura do pensamento humano também se transforma”. Podemos reconhecer, na Teoria da Atividade de Leontiev, vários conceitos presentes nas principais formulações de Vygotsky. A própria idéia da atividade baseia-se na concepção do ser humano como sendo capaz de agir de forma voluntária sobre o mundo, intencionalmente buscando atingir determinados fins. Esse modo de funcionamento psicológico é a base do que Vygotsky denomina de “processos psicológicos superiores tipicamente humanos”. Na concepção de Vygotsky, os processos superiores envolvem, necessariamente, relações entre o indivíduo e o mundo, que não são diretas, mas mediadas pela cultura.

É de fundamental importância para o professor de Ensino Religioso entender o significado do termo “atividade”, para que seu trabalho educacional não esteja alienado da Proposta Curricular de Santa Catarina, mas tenha na Teoria da Atividade uma fundamentação e assim estabeleça objetivos e vínculos com a realidade de seus alunos. Na língua portuguesa, o significado mais usual do termo atividade está estreitamente ligado ao de ação, ou “qualquer ação ou trabalho específico” (FERREIRA, 1998, apud TEMPO DE APRENDER: 70). Esse significado que é sem dúvida um dos atribuídos ao termo implica menor esforço intelectual para ser compreendido, porém, infelizmente, foi o que se cristalizou na educação tradicional. Assim, a educação brasileira passou através das décadas a designar por atividade, toda e qualquer ação realizada por alunos na relação com seus professores ou isoladamente. Segundo Leontiev (1997:64), “todo o conceito é uma formação psicológica (genérica e abstrata) que decorre a partir de uma atividade. No que se refere ao contexto escolar, teremos a Atividade de Aprendizagem”. Para Nuñez & Pacheco (1997:33), “uma ação se constitui em Atividade de Aprendizagem quando o objetivo e o motivo são coincidentes, ou seja, o motivo pelo qual se estuda é assimilar novos conhecimentos, habilidades e capacidades relacionadas ao referido campo do conhecimento”.

Para Hentz: "Copiar do quadro, fazer exercícios do livro didático, fazer redações, realizar exercícios físicos, foi (e em muitos casos continua sendo) igualmente considerado atividade, independente das condições em que essas ações ocorram. Assim, mesmo que um aluno realizasse exercícios, por ordem do professor, sem nenhuma vontade e sem ver nenhum sentido nesses exercícios, passou a ser normal dizer que esse aluno estava realizando uma atividade. Ou mesmo que um grupo de alunos estivesse copiando um conteúdo do quadro, sem ter despertado seu interesse para ele e sem perceber nexo desse conteúdo com sua vida, considerava-se que isto era uma atividade, da mesma forma que quando o aluno realizasse ações de forma consciente e motivada". (HENTZ, 2000:11-12)

Conforme esta avaliação podemos identificar um conceito para a Teoria da Atividade, ou seja: atividade é a ação de um sujeito ativo, o que implica considerar a vontade e a motivação para agir. É um conjunto de ações que têm uma finalidade, uma motivação e uma profunda vinculação com a vida do agente. Nesse contexto Viesser destaca que: "O Ensino Religioso necessita ter presente na aprendizagem os conhecimentos anteriores do educando e possibilitar uma continuidade progressiva no entendimento do fenômeno religioso... O Ensino religioso é disciplina cujo conhecimento constrói significados a partir das relações que o educando estabelece no entendimento do fenômeno religioso; e, essa construção vai se arquitetando pela observação do que se constata, pela reflexão do que se observa e pela informação sobre o que se reflete". (VIESSER, 1998:20)

Estes conceitos nos reportam ao contexto no qual a Teoria da Atividade está inserida e são ao mesmo tempo interdependentes, ou seja, a concepção de aprendizagem definida como Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). A idéia central segundo Hentz (2000:67), “é de que esta teoria educacional está ligada à concepção de aprendizagem sociointeracionista em dois níveis: o nível de desenvolvimento real, ou seja, o que o aluno já sabe e conhece; e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja, o que o aluno não sabe e não conhece, mas tem potencial para saber”. Entre estes dois pólos está a mediação do professor de Ensino religioso, não como centralizador do conhecimento, mas como facilitador do processo de apropriação. Portanto, podemos dizer que o pressuposto pedagógico do Ensino Religioso deve ser a mediação do professor na construção do conhecimento, o que implica em motivar seus alunos, partindo sempre do nível real para o nível potencial, para que deste modo o conhecimento construído tenha forte vínculo com a realidade de seus alunos e conseqüentemente tenha significado para suas vidas. Diante disto, o professor de Ensino Religioso pode estabelecer a alteridade como condição ética para uma mediação eficaz e coerente com o artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que preconiza o respeito à diversidade religiosa e cultural presentes na sociedade brasileira.



*Jorge Schemes:

Bacharel em Teologia Línguas Bíblicas (Grego e Hebraico). Licenciado em Pedagogia: Administração Escolar e Séries Iniciais. Licenciado em Ciências da Religião: Habilitação em Ensino Religioso. Pós-Graduado em Interdisciplinaridade com Metodologia do Ensino Superior. Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Técnico Pedagógico na GEECT – Gerência da Educação, Ciência e Tecnologia. Professor de Filosofia da Educação na ACE – Joinville, SC.

Referências:

FICHTNER, Bernd. A Escola Histórico-Cultural e a Teoria da Atividade: a Importância na Pedagogia Moderna. Santa Maria: Cadernos de Pesquisa, 1996.

LEONTIEV, A. N. Actividad, Conciencia y Personalidad. Buenos Aires: Ediciones Ciências del Hombre, 1978.

LEONTIEV, A. N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978.

LOMPSCHER, Joachim. Aprendizagem, Estratégias e Ensino. In: I Congresso Internacional de Educação de Santa Catarina: Vygotsky 100 anos (Anais). Florianópolis: Secretaria de Estado da Educação e do Desporto, 1996, p. 87 – 108.

NUNES, Isauro Beltran & PACHECO, Otmara Gonzáles. La Formación de Conceptos Científicos Una Perpectiva Desde la Actividad. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 1997.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Disciplinas Curriculares. Florianópolis: COGEN, 1998.

________________, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Diretrizes 3: organização da prática escolar na educação básica: conceitos científicos essenciais, competências e habilidades. Florianópolis: Diretoria de Ensino Fundamental / Diretoria de Ensino Médio, 2001.

________________, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Tempo de aprender: subsídios para as classes de aceleração de aprendizagem nível 3 e para toda a escola. Florianópolis: DIEF, 2000.

________________, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina: Implementação do Ensino Religioso. Florianópolis: SED, 2001.

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